terça-feira, 27 de setembro de 2011

(Senhor, dá-me paciência, porque se o Sr. me der força...)

Por Ela
Pergunto ao marido:

"E aí: Já sabe tudo o que tem que fazer pra registrar o seu filho?"
"Sei sim."
"É? E como é, onde vc vai e o que diz?"
"Eu chego no cartório e digo assim: 'Vamo logo com isso, moço. Me deixa dar um nome pra esse menino logo, antes que venha outro e o faça.' "

:/

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Gabriel, o linguarudo

Por Gabriel

Então, ahn... Assim... Eu, aqui do alto das minhas 35 semanas de vida intra-uterina, não acho que seja muuuuito sábio a gente curtir com a cara de uma mulher que acorda reclamando da perna que doeu a noite inteira, passa o dia falando sobre como o meu pé aperta a costela dela e a deixa sem ar e dorme reclamando da vontade de vomitar que não passa nunca por causa do tal refluxo... Ouch! Mas esse sou eu, né? E eu só sei que nada sei desse mundinho que vocês vivem aí, no lado de fora...

Mas meu pai parece pensar diferente. Porque ele não se intimida com esses 'achaques' da minha mãe, não. Hoje, por exemplo. A gente voltou naquele lugar. E ouvi uma voz diferente, de homem, dizendo "Quer que eu entre com vc?" e uma mulher respondeu: "Não, vc é muito chato". Aí ouvi minha mãe para o meu pai "Nossa Ti... Se vc me pergunta se quero que vc entre, até desisto. Que cara e que pergunta sem noção!". E o meu pai: "Se vc me perguntar se quero entrar com vc, eu é que vou responder 'Não, vc é muito chata'...". Aí pensei "Ih, fu***, tá morto".
Por isso, fiquei até surpreso quando minha mãe apenas sorriu. Penso que, de duas uma: ou ela planeja uma vingança tardia contra o meu pai ou aquele remedinho que a dra. receitou pra ela tá realmente fazendo efeito...
ihihiihihihiihhi... Sorte dele! (Ou não...)

Aaaaaahhhh! Toda vez que eu brinco com a costela da minha mãe, né, meu pai chama ela de resmungona e ela diz "Eu queria que vc sentisse isso!" (não sei porque, mas nessas horas sempre acho que a voz dela parece um rosnado). Ô, dó, é mesmo! Como eu nunca percebi? Minha mãe fica com dó do meu pai por ele não poder se comunicar comigo como ela! Deve ser isso! Então hoje eu fiz questão de me comunicar com ele e ele entendeu direitinho a mensagem! Esperei o médico vir passando aquele aparelho na barriga da mamãe e, na hora certa, oh oh oh, botei uma linguooooona pra ele! Éeeee! É isso aí, pai! Também detesto que ele faça a gente esperar na sala por 2h! Nnnnnnnnnnnnn... Língua pra vc!

Bom, já falei demais por hoje. Vou ficando por aqui.
Até a próxima, fãs!

Gabriel Ramos Azevedo

E enquanto isso, no Twitter do papai...

Gabriel Ramos Azevedo

34 semanas e 5 dias
2.310 gramas
41 centímetros

Língua pra fora e dedo médio levantado pro Dr. Mega Ovelha Sem Noção da Porra que fez raiva na gente...
(boa filhão!)

Papai, feliz!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Um dia de merda

Por Ela

Às amigas Cecília e Luanda

"Amigas queridas,

queria agradecer o nosso encontrinho de ontem. Foi adorável e realmente temos que fazer isso mais vezes. Mais uma vez, peço desculpas pela saída intempestiva. Ainda passei por vocês no trânsito - na altura do Marconi. Tentei sinalizar, mas não me viram. Então toquei o pau no acelerador antes que a visão se embaçasse por mais uma fisgada. A dor era gritante e me fazia ver meio escuro às vezes. Mas entre um 'apagão' e outro, quando eu via uns pedaços de rua clara, eu conseguia dirigir. Meio furando sinais, meio que quase atropelando os pedestres, consegui finalmente chegar à segurança do meu lar e, claro, do meu vaso. Ah, o meu vaso. Que saudade dele. A paradinha na minha mãe foi providencial, evitou desastre maior e deu fôlego para minha chegada ao meu bairro "Castelo". Só que de 'princesa' eu não tinha nada e quem me visse com aquele sifão de desentupir na mão mais me chamaria "A gata borralheira" mesmo.

Enfim, a história fez-me lembrar uma crônica do Veríssimo muito boa. Procurei-a na internet e achei. Envio a vocês para que possam rir um pouco. Minha desgraça foi pouca frente à deste cidadão, coitado.

Um beijo grande.
Jana"


Um dia de merda
Luiz Fernando Veríssimo

Aeroporto Santos Dumont, 15:30. Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. “Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo”. O avião só sairia às 16:30.

Entrando no ônibus, sem sanitários, senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”. Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: “Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido às obras na pista”. Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas.

Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério: “Cara, caguei”.

Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle. “Que se dane, me limpo no aeroporto” – pensei. “Pior que isso não fico”. Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar e, sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Dessa vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.

Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e, entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco.

Olhei para cima e blasfemei: “Agora chega, né?” Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o “check-in” e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.

Desesperado, comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e, assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu.

Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando “O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça se aproximou e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: “Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!”

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Antes que lhe quebre os dentes

Por Ela

Descoberto assim meio que por acaso, fuçando, digo, lendo o twitter do marido. Mas acho a proposta válida. Podemos considerá-la quase uma utilidade pública.

Acompanhem!

http://antesquelhequebreosdentes.blogspot.com/